01/02/2016

Cheguei aos 50!

Então, fiz 50 anos.
Ouço coisas:
"Você precisa emagrecer. Na sua idade, esse peso não faz bem".
"Você precisava parar de beber. Na sua idade, cerveja não faz bem".
"Precisa encontrar alguém pra te acompanhar na velhice".
"Precisa comprar uma casa. Na velhice você precisa de um lugar seu".
"Quando vai se aposentar? Já deve estar na idade".
"E esses cabelos brancos? Porque não pinta? Vai parecer mais jovem".

Sério?
Ano passado completei 50 anos de vida. De VIDA! DA VIDA!
Sou uma privilegiada?
Não sei.
Só sinto que minha mente ainda não assimilou essa idade.
Tem coisas que fazia aos 18 que ainda faço. Coisas que me dizem que deveria fazer aos 50 que não sinto a menor necessidade.
Coisas que me aconselham a não fazer, que faço com prazer.
Claro que cuido da saúde.
Mas isso não depende da idade. Sempre cuidei.
Claro que quero ter sempre meu canto. Mas isso também não tem ligação alguma com meio século de vida. Sempre gostei de ter minha " caverna", meu "esconderijo".
Gosto de beijo na boca. Gosto também.... Mas estou bem.
Cerveja? Não tem como. Não abro mão.
Aposentadoria? Não sei... Já pensei nisso... Penso Nisso.
Mas também penso que é bom produzir. Ser útil. Além disso, gosto de conviver com os mais jovens.
Eles estão dominando o mundo.
O meu mundo está cheio deles.
E alguns são bem talentosos.
Aprendo muito com eles. E me divirto com eles também.
E meus cabelos brancos?
Adoro! Desde os 40.
E na verdade não quero parecer o que não sou. Tenho orgulho de cada fio branco, cada ruga... Cada história vivida.
50 anos...
Quanto tempo ainda temos de sonhos, realizações e histórias pra viver e contar nessa idade e depois dela?
Se eu penso nisso?
Não seria humana se não pensasse.
Mas passa rápido esse pensamento.
Logo já estou ocupada com algum projeto, alguma busca, alguma novidade tecnológica.
Adoro novidades.
E os mais jovens estão sempre cheios delas.
E é o que busco. Sempre.
O novo. A vida se renovando.
Brilho nos olhos com a descoberta.
A leveza. Aprender.
E como tenho aprendido.
Só os tolos chegam aos 50 achando que são os experientes soberanos que tudo sabem e têm muito a ensinar.
Estou crescendo minha gente.
Como o menino e a menina que conheci no trabalho.
Crescem. São gênios no que fazem.
Talvez só ainda não saibam disso.
Eles são a minha inspiração.
Chegar aos 50 é tão bom quanto chegar aos 18.
Me sinto livre para escolher.
Me sinto leve para ser o que eu quiser.
Me sinto cheia de sonhos.